Bombeiros da Lixa impedidos acorrer a emergências a poucos quilómetros

Para o comandante, a diferença de alguns minutos “pode significar muito” na qualidade do socorro às vítimas

FOTO: Armindo Mendes (Direitos Reservados)

Os bombeiros da Lixa, no concelho de Felgueiras, estão impedidos de acorrer a “algumas” emergências, junto à EN15, apesar de o quartel estar a “poucos minutos de distância”, disse o comandante da corporação.

 

Vitor Hugo Meireles explicou à Lusa que se houver uma ocorrência do lado oposto à Estrada Nacional 15 (EN15), no sentido Penafiel/Amarante, os bombeiros da Lixa, que pertencem ao município de Felgueiras, não podem prestar socorro, apesar de o quartel estar a cerca de dois minutos.

Terão de ser, indicou, os bombeiros de Amarante ou Vila Meã a prestar o socorro nesses casos, de acordo com o que está estipulado pela tutela, apesar daquelas corporações, devido à distância, poderem demorar cerca de 20 minutos a chegar à emergência.

Para o comandante, a diferença de alguns minutos “pode significar muito” na qualidade do socorro às vítimas.

“Adoro o meu país, mas há muita coisa que tem de ser mudada”, referiu, indicando que já sinalizou o problema a várias entidades ligadas à proteção civil, incluindo o Governo.

 

FOTO: Armindo Mendes (Direitos Reservados)

 

Acrescentou Vítor Hugo Meireles que o INEM defende “um socorro de proximidade e eficiência”, mas isso “só pode ser feito com o corpo de bombeiros mais próximo”, o que, reforçou, não acontece na zona da EN15.

Lembrando que essa situação tem sido a sua “grande luta no corpo dos bombeiros, em termos gerais”, desde que que é comandante, há cerca de sete anos, observou que o problema decorre da forma como, em termos legais e administrativos, está organizado oficialmente o socorro, quando estão em causa os limites geográficos dos concelhos.

Apesar de estarem sediados num dos limites do município de Felgueiras, os bombeiros da Lixa, com um corpo ativo de 109 elementos, têm responsabilidade operacional em algumas zonas limítrofes de Amarante e Celorico de Basto.

Contudo, acentuou o comandante, ainda há questões que carecem de ser resolvidas, como a do socorro na zona da EN15.

“Eu não nego o socorro a ninguém, mas não me calo. Estou aqui a dar a cara, porque quero cumprir a minha missão”, concluiu.