
Os comandantes das corporações de bombeiros de Felgueiras e da Lixa manifestaram-se hoje “preocupados e apreensivos” com a vacinação aos operacionais contra a covid-19, que irá “apenas” ser administrada a metade do corpo ativo, numa primeira fase.
Em declaração ao Expresso de Felgueiras, Júlio Pereira, comandante dos Bombeiros de Felgueiras, revelou que vão ser vacinados, para a semana, 43 bombeiros, metade do atual corpo ativo, desconhecendo quando serão vacinados os restantes bombeiros.
“Esta seleção de operacionais que temos de fazer para uma primeira fase de vacinação cria-nos muitos constrangimentos”, começou por dizer, evidenciando que “todos os bombeiros, profissionais ou voluntários, são essenciais no socorro e por isso, neste momento, todos são poucos para vacinar”.
De acordo com Júlio Pereira, as indicações dadas pelas autoridades de saúde à corporação apontam a próxima semana para o arranque da vacinação nos Bombeiros de Felgueiras, “mas ao contrário do que passa para fora, apenas 50% vão ser vacinados e não temos indicação de quando serão os outros”.

O comandante dos Bombeiros de Felgueiras lamentou a situação e, embora reconhecendo o esforço dos profissionais de saúde na linha da frente, sobretudo nos hospitais, lembrou que cabe aos bombeiros 95% do socorro em Portugal.
“Quando os técnicos do INEM foram vacinados, também os bombeiros deviam ter sido, porque garantimos 95% do socorro em Portugal, estamos na linha da frente e somos, muitas vezes, os primeiros a chegar”, frisou.
Também o comandante dos Bombeiros da Lixa, Vítor Hugo Meireles, partilha das preocupações do homólogo de Felgueiras.

Naquela corporação, do concelho de Felgueiras, vão ser vacinados 56 bombeiros.
“A escolha vai criar constrangimentos, porque todos merecem, todos precisam”, garante o comandante, em declarações ao Expresso de Felgueiras, e acrescenta:
“A única coisa positiva foi lembrarem-se dos bombeiros, embora muito tardia”.
Vítor Hugo Meireles realçou, ainda, “que os bombeiros são, muitas vezes, os primeiros a ter contacto com pessoas com covid-19”.