
O presidente da Câmara de Felgueiras criticou hoje o modo como Emídio Gomes foi afastado da presidência da CCDR-N e disse recear que o novo responsável possa acentuar o desequilíbrio que já existe na distribuição de fundos europeus.
Em declarações à Lusa, Inácio Ribeiro (PSD) insistiu não se rever nem apreciar como o Governo conduziu este processo com a liderança da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, independentemente das orientações político-partidárias de cada um.
O autarca de Felgueiras, que também preside à Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, mas que, neste caso, disse falar em nome do seu Município, admitiu estar preocupado com o futuro da região, depois da exoneração de Emídio Gomes.
“Espero que não seja enviesada ainda mais a distribuição das verbas”, reforçou.
Inácio Ribeiro receia, em concreto, que a decisão do Governo possa estar relacionada com alguma “chantagem” de alguns Municípios da Área Metropolitana do Porto (AMP) que criticaram recentemente a distribuição dos fundos comunitários decidida pela CCDR-N.
“Espero que não seja isso. Mas se foi Felgueiras não se vai calar”, acentuou, recusando aceitar a possibilidade de uma eventual redistribuição dos fundos, com uma nova liderança na CCDR-N, “poder tirar aos que mais precisam para dar aos maiores”.
O líder do executivo de Felgueiras foi mais longe e censurou alguns municípios que “se acham mais que os outros, mesmo no interior da AMP”, sem, contudo, identificá-los.
“Não se pode dar mais a quem já tem mais”, exclamou, vincando que “os fundos comunitários devem servir para esbater assimetrias, em vez de acentuá-las”.
“Exprimo aqui a minha solidariedade para com os municípios dos territórios de baixa densidade de toda a região norte, de Trás-os-Montes ao Minho”, terminou.
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Lusa/fim