Nuno Andrade é o novo timoneiro do FC Felgueiras, sucedendo no cargo a Luís Pinto, demitido há duas semanas, após a derrota caseira no dérbi regional frente ao Amarante (5-3).
O treinador, de 31 anos, já comandou a equipa azul grená nas duas últimas jornadas do campeonato, mas só agora foi oficializado, depois de ter resolvido algumas questões burocráticas com o seu anterior clube, na China.
A restante equipa técnica é constituída por José Miranda e Miguel Ferreira (adjuntos) e Vítor Dimas (treinador de guarda-redes).
Nuno Andrade, que tem em Felgueiras a primeira experiência como treinador principal de uma equipa sénior, confessa que este “é um desafio muito aliciante”, ainda por cima no clube onde sempre desejou iniciar esta nova etapa na carreira.
O jovem técnico revela que o convite para comandar a formação felgueirense foi inesperado.
“Foi tudo muito rápido. Eu estava cá de férias, estava disponível, e surgiu essa possibilidade. Tinha a minha viagem de regresso à China adiada por causa da situação do coronavírus e as coisas alinharam-se”, explica.
Nuno Andrade, que já tinha passado pelo FC Felgueiras, em 2016/2017, como adjunto de Horácio Gonçalves, admite que a experiência anterior veio “facilitar a integração e a adaptação ao clube”, embora “não haja no plantel muitos jogadores dessa altura”.
Durante as duas últimas semanas, ainda que não oficialmente, Nuno Andrade liderou e conduziu o plantel azul grená a dois resultados muito positivos: no empate intramuros (3-3) com o líder Arouca e na vitória (2-1) em Gondomar. Ainda assim, recusa recolher apenas para si “os créditos” pelos quatro pontos conquistados.
“Não posso dizer que há, propriamente, um dedo meu, porque em duas semanas não conseguimos mudar muita coisa. Sobretudo, é mérito dos jogadores que têm recebido muito bem a mensagem e têm-na tentado interpretar da melhor forma possível”, salienta.
O FC Felgueiras está instalado no 7.º lugar da Série B do Campeonato de Portugal (CP), com 32 pontos. Nuno Andrade considera que “a classificação não corresponde à qualidade do plantel, nem à grandeza e história que o clube tem”. Por isso, assume que o objetivo “é levar o clube um pouco mais acima na tabela”.
O técnico felgueirense recusa, para já, “deitar a toalha ao chão” na luta por um lugar de ‘play-off’ de promoção, porque “matematicamente é possível”. Ainda assim, reconhece que recuperar de 12 pontos de atraso em outras tantas jornadas “é muito difícil, porque a série B tem muita qualidade e adversários fortes”.
Anteriormente, o treinador, natural de Guimarães, orientou equipas jovens do FC Porto e do Moreirense. Nos últimos dois anos foi coordenador da formação dos chineses do Shijiazhuang Ever Bright, a 12 mil quilómetros de casa, da família e dos amigos.
“Foi uma experiência difícil e diferente do contexto em que estava habituado. Eu fui para o Shijiazhuang para ajudar a construir um departamento de formação a partir do zero. É uma realidade muito diferente, uma cultura muito distinta, mas foi um trabalho que me deu muito prazer e orgulho, por aquilo que lá deixei construído”, confessa.
O próximo jogo do Felgueiras está agendado para sábado, às 19:45, no Estádio Dr. Machado de Matos. O emblema azul grená recebe o Paredes para a partida referente à 23.ª jornada da série B do CP.
