
A Câmara de Felgueiras aprovou a prorrogação, até final de julho, do prazo de conclusão das obras no centro da cidade, na envolvente da igreja de Margaride/Largo Manuel Baltazar, por terem sido considerados os argumentos apresentados pelo empreiteiro relacionados com o impacto da covid-19.
O presidente Nuno Fonseca disse hoje ao Expresso de Felgueiras que a decisão foi aprovada pelo executivo municipal e teve em conta, sobretudo os constrangimentos provocados pela pandemia que levaram a atrasos no fornecimento de materiais e o facto de as empresas terem sido obrigadas, nos últimos meses, a cumprir os seus planos de contingência.
Em dezembro de 2019, o empreiteiro Edilages SA. tinha pedido mais 240 dias para acabar a empreitada. A construtora responsabilizava parcialmente o município por não ser possível cumprir o prazo previsto de 12 meses para a realização dos trabalhos.
Em janeiro, a câmara respondeu ao empreiteiro e indeferiu o pedido de prorrogação do prazo. Na resposta, em fevereiro, a empresa reiterava o seu ponto de vista.
Pelo meio, o PSD, na oposição, também deixou críticas à câmara, principalmente por não ter, alegadamente, fiscalizado e identificado mais cedo os atrasos na empreitada, recordando que em dezembro de 2019 apenas estavam realizados 30% dos trabalhos, quando já deviam ser 80%.
Pandemia agravou dificuldades nos prazos
Entretanto, a pandemia dos últimos meses constituiu um dado novo neste “braço de ferro”, o que levou a autarquia a aceitar, agora, que as obras possam prosseguir até 31 de julho, sem penalizações para o empreiteiro.
Num parecer recente do departamento técnico da câmara sobre este processo concluiu-se que são partilhadas as responsabilidades entre o município e o empreiteiro para o atual atraso da empreitada, sublinhando-se ainda: “Nestes dois meses que passamos de pandemia de covid-19 denotou-se um decréscimo de rentabilidade, não somente pela diminuição de mão de obra, como também pela diminuição da entrada de granito em obra”.

Nuno Fonseca disse hoje ao Expresso de Felgueiras que “tudo foi considerado para que pudessem ser balizadas as expetativas e o pedido de prorrogação do empreiteiro”.
“Vemos agora que as obras estão a decorrer a bom ritmo, estamos a falar de obras com pormenores técnicos muito grandes que devem ser tratados de forma cuidada”, acrescentou.

O presidente da câmara criticou, por outro lado, o PSD por ter tentado, de “forma errada”, induzir as pessoas em erro sobre aquilo que tem sido o desenvolvimento destas obras”.