
O presidente do conselho diretivo do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) disse, na terça-feira, em Felgueiras, que a região dos Vinhos Verdes está “de parabéns” e que tem feito um trabalho “extraordinário” e importante para o setor vinícola nacional.
Bernardo Gouvêa esteve na Cooperativa Agrícola de Felgueiras no início de um périplo por várias regiões vinícolas para fazer um ponto de situação da campanha de colheita que agora se iniciou.
O dirigente, que foi acompanhado pelo presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, Manuel Pinheiro, adiantou que a região vai registar uma quebra de produção, este ano.
“Ainda não sabemos ao certo se vamos chegar aos 10 por cento (de quebras), é um pouco variável, mas o que temos que assegurar, neste momento, é a qualidade”, frisou, em declarações ao Expresso de Felgueiras.
Apesar de tudo, explica, a região está numa situação económica “saudável”, com os preços em bom crescimento e as exportações a aumentar.
Acrescenta que os maiores produtores “conseguiram ultrapassar a situação” da pandemia, registando crescimento em alguns dos canais, nomeadamente nas cadeias de distribuição comercial.
“A situação não é perfeita, mas a médio e longo prazo, os sinais são bons. A região está de parabéns, tem feito um trabalho extraordinário, as vinhas têm mais uvas de qualidade, as marcas estão mais dinâmicas, tal como as exportações. Isto é muito importante para o setor vitivinícola em Portugal”, anotou.
Por seu lado, o presidente da CRVV, Manuel Pinheiro, adiantou que a previsão de produção aponta para os 73 a 78 milhões de litros, valores “aquém” do ano passado.
“O clima não nos ajudou muito, este ano”, sublinhou, frisando que a quebra se regista numa altura em que as vendas estão muito positivas, nomeadamente nas exportações e no mercado nacional.
“Esta quebra vai limitar um pouco a tendência de crescimento, mas, numa nota mais positiva, as uvas são boas e o ano é de boa qualidade. Portanto, poderemos vender menos, mas com qualidade e mais valor. É justo que haja uma melhor renumeração ao viticultor, que acredito que irá ser, este ano, acima da média”, explicou.
Ao Expresso de Felgueiras, Casimiro Alves, explicou que as variações de produção são “normais” para o setor, sublinhando que a cooperativa registará uma quebra menor que outros produtores e sub-regiões.
“Há outras regiões, especialmente onde domina a casta loureiro, onde irá haver uma quebra maior. Apesar disso, o potencial vitícola mantém-se, até cresce, a produção está estabilizada, tem-se feito vinhas novas”, concluiu o presidente da Cooperativa de Felgueiras.